Um amor daqueles só se recebe uma vez na vida!
"23:32h - Café
Eu pensava que a noite ainda era uma criança, quando de repente ela se torna num palco, num palco livre, onde qualquer pessoa pode ser a personagem que quiser e bem entender. Gosto de observar como as pessoas se comportam de maneira previsível e desinteressante, enquanto perdem a dignidade ao tentar mostrar o que jamais terão condições de cultivar e de ser. Vejo, não pessoas durante a noite, mas sim um verdadeiro zoológico de arrogância e vaidade, reparo que ainda existe réstia daqueles que se afundam no fastio de si mesmos, por não encontrarem alternativa. Mas, porque deveria eu gastar o meu precioso tempo com estas futilidades? Cheguei há pouco mais de 30 minutos, algumas estrelas já me avisaram que a tal noite, a que é palco de todas as cenas, vai acabar e que não tarda nada o sol vai-me chamar para viver, concluo e assento com a cabeça que após isso, cada ser voltará à sua rotina, com mais uma carga de fazeres ao tentar lembrar-se do que se passou na madrugada. Eu, como mentora crítica aos defeitos que vejo, simplesmente vou levantar-me, espreguiçar-me, sentar-me à mesa, beber o leite quente e comer as torradas de manteiga."
"(...)
Não tenho a certeza, mas eu acho que ainda hoje, se fechar os olhos, consigo ouvir o som da tua respiração, a chuva a cair, e o meu dedo a fazer um coração suspenso no ar, apenas para que o vejas e saibas que amar já não é somente amar."
Fomos à Escócia e voltámos, loucos por ficar a sós
fomos mas nunca chegámos, a sair do meio de nós
Mas a Escócia que gostámos, capadócia que cavámos
Não nos deu o que esperámos quando pensámos ser avós
Fomos à Escócia e deixámos, três amores cada um
E o que da Escócia tirámos, foi estar sem amor nenhum
Ir e vir foi um regalo, o desamor sem força-lo
Mas se tão longe o buscámos, é que já tinha havido algum
Não me leves tu a mal
Não me tentes convencer
que o que havia em Portugal não chegava para saber
Dei-te um mês da minha vida e um mês é de valor
e tu podes ser bastante querida mas não é preciso dor
para provar o desamor
Por desamarmos deixámos, seis amores sem ter dó
e agora que regressámos, não sei se nos sobram só
É que havia certa esperança que podia ser só dança
Mas afinal a bonança era apenas beijo em pó
Não me leves tu a mal
Não me tentes convencer
que o que havia em Portugal não chegava para saber
Dei-te um mês da minha vida e um mês é de valor
e tu podes ser bastante querida mas não é preciso dor
para provar o desamor
Os meus dedos sobre a mesa...
Uma chávena de chá...
António Zambujo como melodia...
A janela nem aberta nem fechada...
Uma mosca no cesto das laranjas...
A cortina bege sujo que eu não gosto cambaleia numa dança com o vento...
Na rua uma brisa...
Na minha alma um vazio...
Da tua boca um silêncio...
Da minha um suspiro...
Quando é que voltas?
Estou cansada de memórias!
É tranquilizante porque acabamos por nos fundir com o meio e no meu caso está virado para um parque, com um lago e muitas vezes ouve-se a água a correr. É relaxante, e ao mesmo tempo sinto que me estimula psicologicamente e fisicamente.
Por vezes estou 2h ou 3h seguidas, sentada na cadeira, a ler livros, a tirar apontamentos, a estudar ou a fazer pesquisa e chega a uma altura em que leio um parágrafo e já nada se retém no cérebro, é então que faço uma pausa.
Pessoalmente sinto que é um excelente exercício para manter o equilíbrio espiritual e neste caso é fundamental para os meus níveis de concentração.
Desde que começou a Universidade sinto que a minha capacidade de concentração durante o estudo, comparativamente com o secundário, tem vindo a diminuir, muita da "culpa" sei que se deve à complexidade dos livros, das temáticas ou até das matérias, porém tenho de arranjar uma maneira de contornar a situação e este tipo de exercícios tem me ajudado imenso.
Outra coisa que descobri, e que por sinal também me tem ajudado imenso, é organizar o meu tempo de estudo. Eu detesto andar com "o tempo contado", ter de respeitar horários e coisas do género sempre me fez confusão, sinto-me um bocado presa (aiii agora às 14h tenho de fazer isto; às 16h acaba isto e depois tenho de ir ali...).
Contudo no que diz respeito ao estudo este método tem sido essencial e sinto-me na obrigação de o aplicar porque tenho muitas mais coisas para estudar/ler e ainda tenho de conciliar com o trabalho ao fim de semana, logo tenho de fazer o esforço.
Como o meu curso é essencialmente ler artigos, livros, estudos, etc eu estabeleci um número de páginas que tenho de ler por dia até à data limite, assim tenho que respeitar aquela meta e consigo em pouco mais de duas horas pôr a leitura em dia e arrumar com o assunto.
Nunca tive um método de estudo, e nem sei se isto é considerado um deles, porém se na secundária nunca tive a necessidade de estruturar um plano, agora na Universidade é a minha tábua de salvação.
O tempo rende muito mais, não tenho de passar horas infinitas à volta de um texto e tenho tempo para fazer outras coisas.
Uma passo de cada vez e um dia chego lá.
Naquele instante tudo é mais intenso, mais concreto e eu estou mais sensível.
Imagino o movimento dos lençóis que acompanham a minha respiração. Inspiro e expiro. Sobem e descem. Não ouço mais nada a não ser as canções "madrugadeiras" dos passarinhos. Doces e singelas melodias, são ténues notas musicais que ecoam entre folhas e suaves sopros do vento.
Sentir isto revigora o meu dia, carrega as minhas baterias. Anima a minha alma e a minha mente.
Neste instante eu estou sozinhas mas estou plena. Mais nada importa a não ser a tranquilidade do meu espírito e a plenitude da minha mente. Sou um eco.
Vou comer framboesas ao pequeno almoço e vou beber um iogurte líquido. Vou mudar o meu percurso e hoje vou pelo jardim. Vou ter um dia calmo. Vou ter um dia calmo.
“Grow up with me. Let’s run in fields and fear the dark together. Fall of swings, and burn special things, and both play outside in bad weather. Let’s eat badly. Let’s watch adults drink wine and laugh at their idiocy. Let’s sit in the back of the car, making eye contact with strangers driving past, making them uncomfortable. Not caring. Not swearing. Don’t fuck. Let’s both reclaim our superpowers; the ones we all have and lose with our milk teeth. The ability not to fear social awkwardness. To panic when locked in the cellar; still sure there’s something down there. And while picking from pillows each feather, let’s both stay away from the edge of the bed, forcing us closer together. Let’s sit in public, with ice cream all over both our faces; sticking our tongues out at passers by. Let’s cry. Let’s swim. Let’s everything. Let’s not find it funny lest someone falls over. Classical music is boring. Poetry baffles us both; there’s nothing that’s said is what’s meant. Plays are long, tiresom, sullend, and filled; with hours that could be spent rolling down hills, and grazing our knees on cement. Let’s hear stories and both lose our innocence. Learn about parents and forgiveness, death and morality, kindness and art, thus losing both of our innocent hearts, but at least we won’t do it apart. Grow up with me.”
Keaton Henson
Dentro de poucos dias vou viajar. Vou visitar o sul de Espanha. É a nível académico mas estou empolgada porque a nossa visita tem uma forte vertente cultural. Vamos ver vários vestígios árabes marcados na cidade, visitar algumas sinagogas e bairros tipicos. Vamos visitar Granda, Andalucía... Descontraidamente até porque temos um guia turísticpo só para nós. Estou mesmo intusiasmada. São apenas 4 dias mas vão ser bem aproveitados. Acho que é o que estou a precisar. Sair um bocado daqui, tanto de Braga como de Viana. Preciso de carregar baterias e espalhar a cabeça, sempre detestei rotinas e isto da universidade faz-me viver uma que me sufoca todos os dias. Acho que me vai fazer bem a todos os níveis até porque só voi com uma amiga não muito próxima. Vou fugir das más energias, das pessoas em geral, vou esquecer estas banalidades e preocupações fúteis da universidade, vou dedicar 4 dias à minha mente.
Mas à noite sou um inverso, um oposto talvez, e fico taciturna. Eu fico assustada com isso. Sou uma simbiose perfeita e eu tenho perfeita noção disso. O que é ainda mais assustador. No exato momento que vejo o sol deitar-se tento absorver tudo dele, como se pudesse guardar um reservatório de energia para depôs usá-la como escudo. É como se a noite me conssumisse e eu me tornasse simplesmente num ser volátil adquirindo grande parte das suas propriedades. Como eu gostava que fosse diferente. Que o sol nunca desaparecesse. Que as cores fossem mais do que meros tons escuros e escuros e escuros. Que a claridade fosse tal que me pudesse cegar. Ao invés sou gelo. Sozinha. Fúnebre. Eu nem sei o porquê, e talvez venha daí o meu medo, por muito que tente encontrar uma solução que me conforte não o consigo fazer. É por isso que sou noctívaga, tento canalizar o meu medo e escrevo. Deambulo. Penso. Mas na verdade simplesmente escrevo. Vagueo pelas palavras tornando-as inócuas, legitimando assim a minha ousadia e talvez a minha força. A que não existe. Ou será que existe? Eu fico confusa e com medo. É como se fosse uma prisioneira deste poço escuro. É por isso que eu adoro a luz. O dia. A vida. O vento. Os sentimentos. A folia. A adrenalina. É por isso que vivo. Pela luz. Pelo sol. E um pouco pelo universo. Eu nunca consegui falar ou expressar isto, já tentei procurar uma saída mas ela só é útil por um pequeno espaço de tempo. Depois o caminho volta a ficar tortuoso e eu tenho de voltar a arranjar uma maneira de me soltar. Isto é insuportável, porque é assustador e perigoso. Cansativo.
Quando me começo a habituar eu deixo de ter tanto medo, acho que é aí que adormeço e que a batalha acaba. Mas a guerra continuará em breve. A melhor parte é o que se atravessa nesse limbo, o dia. E é aí que eu recarrega baterias, atesto o reservatório e me preparo para outra batalha. Eu acho que um dia vou ganhar a guerra. Um dia eu vou ganhar. Um dia. Ou uma noite. Por enquanto vou vivendo neste corpo e nestes dois mundos. No meio destas duas forças que estão para lá de qualquer universo.
Estou assustada, tinha de te escrever.
Cabe a cada um de nós cativar essa magia prisioneira e chamá-la para o mundo, para que brilhe tanto como as estrelas, para que se evapore com o chá quente, para que nas asas dos pássaros veja aquilo que pode conquistar e sorrir com aquilo que foi conquistando.
Eu já parti pelos bosques à procura de umas magias e de umas poções de libertação, cheguei a visitar a lua e o universo. Algumas investidas foram com sucesso, porque já consegui umas dissertações e devaneios da sua parte... agora estou a decidir se lhe peço para sair ao mundo a partir da cabeça ou do coração. Estou confusa.
O meu “sistema operativo” hoje deve estar avariado porque eu não encontro em lado nenhum do Mundo uma política que promova tudo o que mencionei anteriormente.
Hoje a realidade para mim é que as pessoas não sabem lidar com a política e não sabem (ou não querem) utilizá-la para responder às verdadeiras necessidades do ser humano e tudo isto é semeado hoje para o dia de amanhã e tem originado frutos, bem peculiares, onde podemos observar uma luta forçada de seres humanos à procura de um estatuto social forte à medida que vai avançando uma guerra silenciosa em que cada partido se ataca mutuamente o que por sua vez não simplifica o esquema e a cada dia que passa ele se assemelha cada vez mais a uma charada e enquanto isso vão se esquecendo que a prioridade do ser humano seria nascer e viver na plenitude e não nascer para viver num labirinto até aos últimos segundos de vida.
Sim, para mim o mundo é cada vez mais um labirinto e se me pedissem para o caracterizar num cartoon era um labirinto sem solução que eu desenhava e ainda colocava uma legenda dizendo que algo não está a deixar que o ser humano partilhe e desfrute da verdadeira origem de se viver pois ele é constantemente obrigado a procurar uma saída para poder respirar suavemente e desfrutar do simples facto de se estar vivo. E querem que vos comprove isto?
Quantas vezes, é que vocês já pararam para pensar que estão vivos?
Nunca? 1 vez? 20 vezes? Todos os dias?
Eu não estou a dizer que a vida deve ser pensada ou programada a cada segundo mas ela deve ser vista como um processo e por isso mesmo deve ser apreciada e lentamente saboreada, porque nós estamos vivos mas também podíamos estar mortos certo?
Sou apologista que se viemos parar aqui é porque não foi em vão portanto foi com um propósito, agora pergunto: Se nós nascemos para atingir um objetivo porque é que, diariamente, existe uma força extra que me obriga a optar por um ou vários caminho que não me vão fazer realizá-lo? E pior ainda: porque é que eu tenho que obedecer a isso se sou livre?
É este processo que a política interrompe. Não é só a política, mas misturada com mais uma centena de "pózinhos de magia" contribui para a vida do ser humano parar e entrar num estado em que existe um objetivo estandardizado e igual para todos onde a intenção não é descobrir a vida mas sim perceber como sobreviver no meio do caos e em como garantir uma estabilidade pessoal de modo a não perder tudo aquilo que se construiu até à data.
Consequentemente isto origina um individualismo humano e que como podem perceber não traz paz nem harmonia, antes pelo contrário torna-se a pólvora de toda a guerra que se vê pelo mundo fora, no entanto hoje estou perita a criticar mas muito má no que toca a resolver o problema em si pois ainda me questiono de qual será a solução? Melhor: Será que existe uma ?
Já à muito tempo que gostava de ter partilhado isto mas nunca consegui formulá-lo em palavras até porque nunca falei com ninguém sobre esta minha perspetiva, como é obvio eu sei que isto está longe de se assemelhar com a realidade mas hoje, ao fim de um dia tão complexo é esta a conclusão que retiro do mundo e daquilo que tenho vivido.
Por um lado acho que a politica é o nosso pilar e sem ela a existência humana seria como o pó porém acho que aquilo que nos cura também nos pode matar, é tudo uma questão de tempo, a grande questão é: Quanto mais tempo é que nós temos?