Viajo sempre em busca de algo, tudo acontece por um motivo, o limite não existe e o medo é o amor metaforizado.
Desconfio que as nuvens sabem a framboesas frescas, não desisto até as provar.
Amendoins com manteiga
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" -Queres um bocadinho? -Eu não gosto de manteiga de amendoim. Já alguma vez provaste? Não. Mas eu não gosto do cheiro. E o que é o que o cheiro tem a ver com o sabor? Tem tudo a ver! É super importante. Eu só gosto de ti porque cheiras a Lavanda. Tá bom então."
Eu nunca direi nada sobre mim porque eu prefiro dar migalhas aos pombos. Escrevo porque me atormenta a ideia de que um dia posso não conseguir lembrar-me da minha vida, não que ela seja tão fantástica ao ponto de ser um desperdício esquecer-me dela, mas porque eu acredito que nada acontece em vão e por isso, o quão triste não será chegar a uma fase na minha vida em que não me reconheça porque simplesmente não me lembro do meu passado? A realidade é que eu sou mentecapta, quero ser escritora mas é triste que eu tenha tanto para dizer e vivo presa a uma teia de pensamentos da qual não me consigo libertar. Não tenho a certea, mas acho que esta é a minha (melhor) tentativa de fugir dessa teia. A Sul, a Norte, a Este ou Oeste de mim deixarei sempre um segredo guardado, uma memória carregada de saudade, um beijo bem dado, uma palavra arrependida, uma pessoa marcada ou umas sapatilhas enlameadas, mas sem dúvida terei tido uma vida realizada. Podem encontrar-me no comboio, no café da esquina, no chão da biblioteca ou perdida e vagueando pelo mundo. Como me reconhecem? Fácil, os meus dedos estão quase sempre sujos das aguarelas ou do carvão, as unhas partidas por causa da viola e o coração em pedaços porque eu sou essa confusão.
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