Milkshakes

"Daydream delusion 
Limousine Eyelash 
Oh, baby with your pretty face 
Drop a tear in my wineglass 
Look at those big eyes 
See what you mean to me 
Sweet cakes and milkshakes
I am a delusion angel 
I am a fantasy parade 
I want you to know what I think 
Don’t want you to guess anymore 
You have no idea where I came from 
We have no idea where we’re going 
Lodged in life
Like two branches in a river
Flowing downstream
Caught in the current
I’ll carry you. You’ll carry me
That’s how it could be
Don’t you know me? 
Don’t you know me by now?"

Obrigado por me dares a conhecer o mundo.

Devias

Devias amá-la,
Um amor daqueles só se recebe uma vez na vida!


Um prazer cultivável aos 80 anos

Tenho assistido a coisas fantásticas na minha vida, umas melhores, outras nem tanto, mas mesmo sendo elas positivas ou negativas, têm tido muita influência na maneira de como vejo e encaro a vida. Hoje vou contar-vos a situação que, até hoje, me tocou mais.
Eram um casal totalmente igual a todos os outros, pelo menos para mim. As pessoas, e quando falo em pessoas refiro-me às mais velhas, na mercearia comentavam que ela era uma pessoa muito astuta, “mandona” mas boa pessoa. Sempre educou muito bem os seus filhos, até porque hoje eles são pessoas notórias, “grandes” pessoas, ou seja, pessoas que estão bem na vida e exercem cargos importantes, tornando-os pessoas influentes no seu ramo de trabalho. Os seus filhos, foram educados nas bases e rituais dos antigos, o respeito total aos pais e a fraternidade para com os irmãos. Em casa, segundo o que consto, quem “mandava” era ela, ela comandava a casa, mas sem tirar, como é obvio, o papel do pai, que vinha a ser desempenhado a complementar as ordens da sua esposa. O casamento, foi uma coisa quase obrigatória, mas ao contrário da maioria dos casamentos da época, este trouxe consigo o verdadeiro objetivo do casamento, o amor, esse existiu sempre e foi talvez o que tornou aquele casamento o mais bonito de todos. Eles amavam-se e eu mesmo sem conhecer a 100% o casal retiro esta conclusão, porque a situação que eu vos vou contar dá, obrigatoriamente, a tirar esta conclusão.
Eu fui à mercearia perto da minha casa, haviam de ser duas da tarde, e essa senhora entrou lá ao mesmo tempo que eu. Nesse dia, ela estava a contar aos donos da mercearia que não estava melhor (deduzi que andava doente) não se andava a sentir bem e que temia o pior, como é óbvio, disseram-lhe para não exagerar, que não era nada de mais poderiam até ser coisas da idade, talvez.
 Na altura não dei muita importância à conversa, não só por não ter confiança com a senhora, mas também porque é hábito (e desculpem dizer isto) as pessoas da 3º idade queixarem-se disto e daquilo, e ainda por cima como estávamos na mudança dos nevoeiros para os dias solarengos, isto poderia fazer-se notar nas suas articulações e daí os seus queixumes.
Mas mal eu sabia, que a mudança do tempo, nada teria a ver com as suas queixas. Dias depois vim a descobrir que a senhora faleceu, ela já de nova tinha sido operada ao coração, tinha, atualmente, vários problemas cardíacos, e talvez tenha sido essa a razão da sua morte. Vocês devem estar a perguntar-se porque estarei eu a dizer-vos isto, sim é verdade, morreu mais uma pessoa, tal como neste instante terá morrido outra, mas onde eu quero chegar é à parte da forma como ela partiu. Eu não deveria dar tanta “importância” a este facto até porque à quem morra de forma mais comovente (se é que posso chamar à morte comovente) mas esta senhora, morreu nos braços do marido, já de noite. Eu não vos posso contar aquele rol de procedimentos que antecedem à morte mas se vos pudesse contar vocês também se arrepiariam e ficariam petrificados com os acontecimentos, vou só dizer-vos que ela morreu nos braços do marido e que antes de morrer deu um suspiro e pronunciou o nome dele. Vocês devem estar novamente com cara de indignados, como quem, wow, grande coisa, ou até mesmo, já vi pior. Mas eu digo-vos, ainda à mais. O senhor acabou por perceber que a sua esposa faleceu, fez-se todo aquele procedimento à morte, e no dia do funeral da senhora, o senhor foi à mercearia onde a mulher ia lá regularmente onde até tinha criado laços afetivos, e sentiu a necessidade de conversar com a dona da mercearia, entretanto, entrou um outro sujeito dentro da mercearia e ao ouvir toda aquela conversa perguntou ao idoso se era viúvo, este respondeu-lhe já com as lágrimas a correr-lhe no rosto “Sim, sou viúvo há um dia. Perdi uma grande mulher. A minha mulher era uma grande mulher. Ela podia ser má, podia ter os piores feitios do mundo, mas era uma grande mulher e soube educar os meus filhos, e agora partiu.” Digam-me, agora, o que pensar acerca deste nobre casamento. Nas vossas cabeças podem ocorrer coisas do género: lamechices, tretas, velhices etc. Na minha ocorre simplesmente a existência de um grande amor, um amor que correspondeu a mais de metade da vida de cada um deles, e depois de tudo aquilo que eles passaram (que vocês não têm a oportunidade de saber) eles permanecer juntos até que a vida os separa-se. Desculpem se não vos surpreendi, ao contrário disso, eu chorei esta morte como se a tivesse presenciado bem de perto, não há nem haverá tantos casamentos como este. Este casamento soube cultivar o amor, colher os frutos, sobreviver às pestes permanecendo fortes e juntos mesmo com entraves, mesmo com dificuldades, a promessa que se fez aos céus e a deus foi cumprida. RIP

Apelo à ignorância.

memories from 12.04.2012


"Tenho-me deparado com casos um tanto incrédulos onde, por vezes, me apetece fugir para outro planeta, mas é nessa tentativa de fuga que descubro duas coisas: não existe outro planeta, e fugir, tornando invisível a situação, não resolverá nada. A questão é a seguinte: tenho andado a “lutar” há coisa de 3 anos pela intervenção dos jovens no dia á dia, a partir do Parlamento dos Jovens, do Entre Palavras, de projetos escolares, ou até mesmo tendo conversas com alunos mais novos. Em algumas dessas batalhas saio vitoriosa e consigo pegar em “duas ou três almas” e chamá-las à atenção do mundo que existe lá fora e precisa da nossa preocupação, no entanto, também tenho derrotas onde vejo pessoas totalmente desinteressadas sobre aquilo que se passa à sua volta. Eu não sou muito exigente, às vezes só peço uma opinião ou uma sugestão, a resposta é sem dúvida um olhar repugnante ou então um belo: “não quero saber”. Eu sei que nem toda a gente tem “pachorra” para estes assuntos mas acho triste que os jovens não usem os momentos que têm para mudar e deixar o mundo um bocado melhor, isto faz-me um bocado de confusão porque muitas vezes esses momentos até chegam a eles quase que vindos do céu. Não me vou surpreender que daqui a uns anos tenha a imperfeita visão de cidadãos revoltados porque algo não está como eles querem, não me vou admirar, porque sei que eles tiveram muitas oportunidades de o fazer e não o fizeram por o simples facto de existirem coisas (que me ultrapassam) mais importantes que dar um parecer ou uma simples opinião, porém, deixo os meus mais sinceros agradecimentos a todos aqueles que contribuem para melhorar o mundo, mais que não seja, por saberem dizer não quando é preciso dizê-lo e por ficarem suscitáveis quando algo não corre bem. Obrigado por participarem de coração aberto em causas nobres, por se interessarem nas tertúlias politicas e sociais, por lutarem para um futuro melhor, por não desistirem dos nossos direitos e è claro, por cumprirem os vossos deveres."