Áurea

Fico boquiaberta ao olhar para ti, para aquilo que tu és e deixas de ser do segundo para o minuto, transformaste de forma tão magnífica e tão veloz. Contemplo-te, és a minha Mona Lisa e eu sou o Leonardo Da Vinci. Eu não sei o que vejo, eu olho para ti e não vejo um corpo nem tão pouco vejo um humano. Vejo uma corda, uma corda bamba, um limbo e isso é desesperante porque eu quero ser como tu, tão livre, tão solta e tão vazia como tu. Não tens membros, não tens tronco, não tens cabeça, não tens nada, tens singelos movimentos que parecem penas suaves, parecem água a cair da nascente. O som dos teus ossos a estalar, o som do teu corpo a cair no chão, os teus pés e as tuas mãos em queda parecem música, aliás, eles fazem música, uma musica sintonizada, cravada em pautas musicais como pontes sobre terras firmes. Que sonho eu estou a ter, que visão do outro mundo é esta. Eu consigo sentir a tua paixão a sair-te dos poros, moveste com uma rapidez ao mesmo tempo deixas para trás o mais dócil movimento artístico. Isto é arte. Isto é música. Isto é amor. Isto é viver. Tu não tens regras nem leis, tens instinto por todo o lado, e tudo o que te circunda é mágico e vibrante. Energia. Energia que iluminava cidades e cidades. Parabéns, tens o poder que mais ninguém consegue ter no mundo. Estou tão perto de ti e consigo ver a forma como te distanciaste de ti e transformaste em vento, que magia é essa? Ensina-me, quero aprender! Quero ser como tu, quero praticar essa magia e ter esse poder, és magnífico. É fenomenal. Isto é ciência. É religião. É fé e talvez quem sabe seja já a minha crença. É um estado de espírito e eu quero possui-lo. Ensina-me, quero viver à tua maneira.

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